Mais um dia para recordar.

Estava um verdadeiro dia de primavera, um solzinho simpático, temperatura agradável, nadinha de vento na pista, como se costuma dizer, estavam reunidas todas as condições para dar ao pau.
De manha apenas o Rui, no skiff júnior fez eliminatória, e logo ai as coisas começaram a correr bem, ganhou a eliminatória e conseguiu fazer tempo para estar presente na grande final, foi uma agradável surpresa, ninguém duvidava do seu valor, mas ele não tinha muita experiência no skiff e a concorrência era muito forte.
Seguimos para um almoço descontraído num dos poucos restaurantes que ali em Montemor-o-Velho devem existir, depois do café, uma meia hora de conversa animada, ainda sem o nervosismo normal destas circunstâncias, embarque no autocarro e rumo ao campo de batalha.
Já na pista, apenas tempo para umas rizadas da praxe, com as histórias do “Minas”, tempo para confirmar por ultima vez todo o material, e logo em seguida estávamos a entrar na fase da concentração total. Pouco tempo depois, estava o 2+ JM a dar a primeira alegria da tarde, com uma vitória fácil, muito fácil, diga-se de passagem, já era esperada, porque desta feita, com um pouco de tempo para limar umas arestas, ou seja, com algum tempo para treinarem, no 2-, porque no 2+ apenas treinaram 2000 metros, que foi o percurso de ida para a largada, pelo facto de remarem num barco emprestado que só chegou um dia antes da regata, as coisas são sempre diferentes e as possibilidades de os resultados serem favoráveis duplicam.

Em seguida a vez do 1X JM, e ai as dificuldades eram bem maiores, e do conhecimento de todos, pelo que desta vez não houve surpresa, um sexto lugar, último na grande final, mas o dever já estava cumprido, muitos outros skifistas juniores disputaram finais B e C e só os elegidos participaram na final A. Pelas 16:20 horas e com uma pontualidade de estranhar, já estávamos a alinhar o nosso 4+, e logo nesse momento, fomos informados da desistência do CNIDH, clube que apesar de não estar a passar um bom momento no escalão sénior, pelo valor da equipa que tinham inscrito, acredito que poderiam tornar a regata bem diferente, ou até mesmo ganhar, pois eram os campeões nacionais em título, mas problema deles, como se costuma dizer, menos uns para chatear. Largada razoável da nossa parte, assim pensei eu, até que olhei pelo canto do olho para a minha direita, e constatei que estávamos em ultimo lugar, e o barco verde do SKODAcfp, esse nem vê-lo, já devia de ir um barco e meio à frente, largaram a matar de certeza. Como o nosso barco neste dia estava como uma “tábua”, não caía nadinha, coisa estranha, já que nos treinos as coisas nunca correram muito bem, fomo-nos animando e remada a remada aproximando, nos 750 metros estávamos ao lado deles, e aparentemente melhor fisicamente, pelo que não foi muito difícil ganhar um barco de avanço, e a partir dai, os segundos mil metros da regata foram para controlar o adversário ao longe e desfrutar do momento. Para mim em especial foi um momento muito bom, não só pela forma como decorreu a regata, de traz para a frente, mas pelo facto de voltar a ganhar um título nacional, depois de estar cinco anos sem remar.

Ainda não tínhamos recuperado a respiração da nossa prova e estava o 4- SM a cruzar a meta, em quarto lugar, foi das nossas equipas, a que menos treinos realizou, e juntamente com o facto de remar numa prova de grande competitividade, só assim se explica este resultado. Não posso deixar de destacar que nesta prova se impôs a equipa do SKODAcfp, para mim a melhor equipa de remo do momento, e se alguém tem duvidas que vejam o tempo que realizaram, podem não ser remadores fora do normal, mas funcionam bem como equipa e os resultados provam isso mesmo.

Para fechar a tarde, a prova rainha, o shell de oito, e a duvida de saber se em três semanas o C.N.Viana teria evoluído o suficiente para conseguir vencer o S.C.Caminhense, não foi assim, pelo que me contaram, desta feita o S.C. Caminhense até largou bem melhor do que em anteriores regatas, fazendo assim uma regata bem mais tranquila que o habitual, apenas se preocupou em controlar o segundo classificado, e o CNV, parece que não se apercebeu que estava a remar num local onde existem bóias a delimitar as pistas, tendo mesmo invadido a pista do G.C.Figueirense, deitando a perder o segundo lugar que obteve, e por segunda vez este ano acabou desclassificado, dando deste modo o segundo lugar à tripulação da Figueira, que desta feita apostou no shell de oito, indicativo este, que poderá no futuro também apostar neste tipo de barco, em terceiro o SKODAcfp, que voltou a alinhar com uma tripulação menos competitiva, pelo que me pareceu alinhou com uma tripulação totalmente constituída por pesos ligeiros.

Desta maneira decorreu a nossa participação neste campeonato, sem me esquecer ainda de referir que o nosso timoneiro, o Ricardo, numa tarde só, alcançou três títulos nacionais, sendo também de certa maneira uma das figuras da tarde, não puxa muito pelo cabedal, mas andou a tarde toda numa correria, de um barco para outro, esperemos que com este feito mais algum timoneiro apareça no clube, porque parecem ser uma espécie em vias de extinção.