Click!
Este domingo 30 de Abril, realiza-se em Orio – Espanha, a XII Regata Internacional de Orio, com a participação um ano mais do Sporting Clube Caminhense, este ano com duas equipas de shell de oito, a tripulação principal e uma tripulação B. Esta regata é disputada no sistema de semi-final, meia-final e grande final, ou seja na grande final apenas participam as equipas mais rápidas das mangas já realizadas, as provas são todas realizadas na distancia de 1000 metros e todas as provas têm de ser disputadas num período de tempo de pouco mais de uma hora. Além do SCC participam nesta regata, a equipa de Orio, uma verdadeira potencia espanhola em shell de oito, actual campeão de Espanha, Hondarribia, também uma das fortes equipas de shell de oito em Espanha, os galegos do Naútico de Vigo, os portugueses do Arco de Viana do Castelo, de França o Bordeaux e o Aviron Bruges, e também do pais Basco o Ur Joko, Santiagotarrak, Santurtzi.
Então vamos lá aos números e resultados da maratona de BTT realizada em Esposende. Estavam inscritos 603 participantes, na saída não sei bem quantos se apresentaram, sei que terminaram a maratona 502 participantes, pelo que o número de desistências, quer durante a prova, quer na hora de se apresentarem na saída foi de 101 participantes. Dos 502 valentes que terminaram esta prova, 276 foram ainda mais valentes, pois fizeram o percurso de 100 quilómetros, 226 optaram por fazer o percurso de 60 quilómetros, esta opção de fazer um ou outro percurso é tomada na hora, cerca do quilometro 40 existia um controle que nos era indicado dois caminhos diferentes, um deles com destino directo à linha de meta, perfazendo um total de 60 quilómetros, e outro com destino a outras paragens onde se incluía a subida mais dura a cerca de 500 metros de altitude, para completar 100 quilómetros. Falando agora dos elegidos que fizeram os 100 quilómetros, eu terminei no 49º lugar, bem melhor que as minhas expectativas, fiz um tempo de 6 horas e 55 minutos, tendo terminado a mais de uma hora e meia do participante mais rápido que fez o percurso em 5 horas e 15 minutos, escusado será dizer que este campeão ia a voar, embora eu tenha terminado assim tão longe do mais rápido, o ultimo participante a terminar os 100 quilómetros fez um tempo de 11 horas e 06 minutos, ou seja mais do dobro do tempo do primeiro, este sim de certeza que contemplou perfeitamente todas as maravilhosas vistas do percurso.
Está por fim terminada a saga de regatas do campeonato nacional de Inverno, este fim de semana passado realizou-se na pista de Montemor-o-Velho a segunda parte do campeonato nacional de Inverno, para juniores em barcos longos e para os seniores em barcos curtos, de maneira que assim fica concluída a chamada competição de Inverno, embora já estejamos em plena Primavera e bem perto do Verão.
Foi um esforço brutal, ainda não sei como consegui terminar, muito duro mesmo. Às 09:30 foi dada a saída, depois de um pequena volta no centro da cidade de Esposende lá nos dirigimos para a serra, larguei forte, talvez entre os cinquenta primeiros. Nos primeiros 10 quilómetros o objectivo é não cair, vamos a rolar praticamente em pelotão, roda com roda, ao mínimo descuido acabamos por tocar na roda do da frente e chão, de maneira que tomei alguns cuidados. Se tinha tomado alguns cuidados ao início, ao quilómetro 12 quase acaba a minha participação nesta maratona, queda aparatosa numa descida a grande velocidade, como se costuma dizer “tesão do mijo”, lá me levantei para ver se a bicicleta estava bem, montei e lá ganhei coragem para olhar para as mazelas, nas pernas apenas pequenos arranhões, no braço muito sangue a escorrer, pego na garrafa, um bocado de água com “Isostar” para cima e siga, mais a frente uma menina da Cruz Vermelha ainda me fez sinal para parar, mas como não doía, não se pode perder tempo, “siga a marinha”.
Lá para o quilómetro 20, agradável surpresa, o mundo é pequeno, encontrar um amigo remador do Porto no meio de mais de 600 participantes, o Samuel Aguiar, colega de selecção em 1996, e remador Olímpico, assim lá fizemos uns bons 20 quilómetros juntos, até que ele me disse para seguir que ia baixar um pouco o ritmo. A partir do quilómetro 45, rodei algum tempo sozinho, sem ver ninguém á minha frente nem atrás, na total solidão, quando assim é o esforço parece ainda maior, chegamos várias vezes a pensar que estamos perdidos na serra, além disso temos de estar sempre com o dobro da atenção para vermos a fitas da organização que se encontrão atadas às árvores, para marcar o percurso a seguir, volta e meia lá ficava na dúvida se as fitas marcavam o percurso da direita ou o percurso da esquerda, e lá se perdia uns segunditos. Quilómetro 50, começa o calvário, começam as pequenas ameaças de cãibras nas pernas, estávamos na parte mais difícil de toda a maratona, uma subida descomunal, além da brutal inclinação, muito técnica com pedras por todo o lado, até que mais ou menos no quilómetro 54, só me restou atirar-me para o chão, nem os encaixes dos pedais consegui tirar, de maneira que cai todo junto, uma cãibra como nunca tinha sentido, os músculos da perna direita saíram todos fora do sitio, só não comecei a chorar com as dores porque tinha vergonha que alguém me visse. Depois de uns bons 10 minutos, deitadinho num “colchão” de erva húmida, ter aproveitado para beber e comer mais descansado, ter observado ai uns bons 20 participantes a passar em frente a mim, praticamente todos eles me perguntaram se estava tudo bem comigo, de louvar este espírito que sempre reina durante toda a prova, lá me levantei, montei e segui. Até concluir a dura subida, mais ou menos ao quilómetro 65, foi terrível, sempre que a inclinação aumentava tinha de desmontar da bicicleta e fazer a subida a passo, não queria por nada deste mundo voltar a ter uma cãibra daquelas. Toquei o tecto da maratona, mais ou menos a 500 metros de altitude, a partir daí, salvo alguma subida daquelas que à vista não parecem duras, mas com tantos quilómetros nas pernas moem tudo, era sempre a descer e a plano até à meta, as ameaças de cãibras agora tinham passado das pernas para os braços, com os travões já muito gastos resolvi não correr riscos, e perdi algumas posições durante a descida. A partir do quilómetro 80, sempre plano, ai consegui recuperar um pouco o ritmo,
passei alguns dos “kamikazes” que me tinham passado na descida, até que entrei num grupo de uns 10 ciclistas, e aí fiz cerca de uns 15 quilómetros. Faltavam apenas cinco quilómetros, já não tinha água, as cãibras tinham voltado, rodava numa zona de muita areia, volta e meia lá apanhava um susto, e então resolvi baixar o ritmo para puder passar a meta mais ou menos composto, assim aconteceu, com mais de seis horas e vinte minutos nas pernas, não sei se consegui ficar entre os cem primeiros, mas depois de tudo que passei, objectivo cumprido, terminei a minha primeira maratona, pró ano se conseguir participarei novamente, ai espero fazer melhor, vou-me preparar melhor, como em tudo, a primeira vez é sempre para aprender.
Pois é, esta semana não há treinos de remo para mim, decidi trocar por uma semana os barcos pela bicicleta de montanha. O objectivo é pedalar nada mais nada menos que 100 quilómetros por trilhos e caminhos alternativos, participar numa maratona de “mountain bike” que se irá realizar em Esposende.
Será este domingo, dia 23 de Abril, que de uma vez por todas se conclui o Campeonato Nacional de Inverno, esperemos que sim, porque na cabeça de todos já esta a preparação do grande objectivo de toda uma época, o Campeonato Nacional de velocidade, agora chamado de Campeonato Nacional de Verão, e o tempo para isso já não é muito. Não posso deixar passar em claro, o tão mal estruturado calendário competitivo deste ano, se existe alguém com um pouco de inteligência, que reflicta um pouco, pense bem naquilo que aconteceu este ano e mude este "aborto" de calendário, e se isto não acontecer que sejam os clubes a fazer alguma coisa, porque eu ainda estou para entender como este calendário foi aprovado pelos clubes, é bem verdade, na vida há coisas que não têm explicação, esta é uma delas.
Escândalo no remo espanhol, a equipa Cantabra de Astillero, vencedora entre outras regatas, da Fisa Team Cup 2006 de Sevilha e da II regata Internacional Cidade de Banholas, na qual venceram por menos de um segundo o Sporting Clube Caminhense, acaba de sofrer uma dura sanção devido ao facto de na época 2005 não ter realizado um controle anti doping.
Um ano mais o Clube Naval Infante D. Henrique, principal organizador da regata Internacional de Gondomar, aposta forte, e convida uma equipa de shell de oito da universidade de Cambridge para participar no seu evento e deste modo cativar um pouco mais o entusiasmo dos seguidores do remo para assistirem a esta regata que terá lugar no dia 14 de Maio em Gondomar. Já não é a primeira vez que este clube investe forte, e convida uma equipa internacional de renome para participar no seu evento, ainda me lembro de ter convidado entre outros, a selecção Romena, selecção Americana, selecção Russa ou mesmo até, os brasileiros do Vasco da Gama, enfim, para todos que conhecemos as limitações financeiras dos clubes de remo em Portugal, é evidente que por detrás disto tudo, esta um forte contributo da autarquia de Gondomar, facto de louvar, até porque apesar de hoje em dia a saúde desportiva do Infante não ser a melhor, não nos podemos esquecer que ainda há pouco tempo atrás eram sem lugar a duvida, uma potencia no remo português, de maneira que todos esperamos o ressurgimento deste monstro adormecido, talvez já a seguir a esta regata Internacional.
Realizados os segundos testes nacionais, com resultados muito diferentes para os nossos. Na categoria de seniores absolutos os resultados foram bastante relevantes, já no escalão júnior e nos seniores pesos ligeiros os resultados não foram muito animadores. Não houveram grandes surpresas nestes testes, na minha opinião é claro, embora esperava algo mais de algumas tripulações do Caminhense, principalmente na categoria de pesos ligeiros, onde ficou provado que já existe alguma qualidade e quantidade em Portugal, deverá ser por aí que comecem as apostas da Federação para conseguir um apuramento Olímpico para 2008, depois de um jejum de duas Olimpíadas, na categoria de absolutos embora haja sempre uma ou outra equipa com nível acima da média, a própria falta, de uma razoável participação nos testes já é um factor só por si indicador do momento em que se encontra o nosso remo. Agora, não tenho a certeza, mas penso que estes foram os últimos testes desta época, portanto, espero que sejam convocados bastantes remadores, porque sou da opinião que nos estágios também se pode fazer uma triagem mais rigorosa, até porque muitas vezes bons remadores de ponta tem que fazer os testes em barcos individuais ou vice versa, e existem sempre alguns bons remadores de equipa que nos testes tem alguma dificuldade, enfim, a última escolha deverá sempre ser feita num estágio, mas é evidente para isso devem existir treinadores capazes de o conseguir fazer, será que assim é? Para os convocados, boa sorte nas regatas lá fora, e para quem ainda não conseguiu, que isto apenas sirva de incentivo para conseguir na próxima, saber superar o fracasso é meio caminho andado para conseguir o sucesso.
Este fim de semana, 08 e 09 de Abril, na pista de Montemor-o-Velho, realizam-se os segundos testes nacionais para a formação da equipa nacional. Para quem já está na selecção chegou a hora de mostrar que tem valor para ali estar, e para quem ainda não está, chega a hora de fazer por lá estar. Como vem sendo habitual, estes testes são realizados para o escalão júnior e sénior em ambos os sexos, e os barcos são como sempre o skiff e o dois sem timoneiro, o apuramento será realizado após a média dos resultados obtidos em quatro regatas de 2000 metros, duas delas no sábado e outras duas no domingo. Esperam-se regatas muito animadas, porque as vagas disponíveis são poucas e os interessados são sempre muitos, e além disso o clima que se vive nestas alturas é sempre muito agreste, existem sempre atritos entre clubes, que contestam sempre as decisões tomadas pela federação, de maneira que estes testes serviram para clarear a verdade, e que os melhores vistam as cores da nossa bandeira, mas que esses mesmos respeitem sempre o escudo que levam no peito. Boa sorte para todos que vão tentar a sua sorte.
O shell de oito do Sporting Clube Caminhense, classificou-se em segundo lugar na II Regata Internacional Cidade de Banholas, esta prova foi ganha pela equipa de Astilleros, que já tinha vencido este ano a Fisa Team Cup de Sevilha. A final foi decidida ao segundo, tendo sido mais feliz a tripulação Espanhola, sendo para o shell de oito do Caminhense um resultado bastante positivo na preparação para o campeonato nacional de Verão.
Oxford venceu com claridade e recortou para apenas cinco, o numero de vitórias a menos que Cambridge. Foi uma regata bastante interessante, muito igualada na primeira metade, tendo ficado um pouco mais fácil para Oxford a partir da ponte de Hammersmith, perto da segunda milha, onde ganhou cerca de um barco de vantagem e daí para diante sempre a aumentar a diferença e a controlar ao longe a equipa de Cambridge. Segundo a minha opinião, a vitória de Oxford esta claramente ligada ao facto de conseguir remar sempre a mais cadência de remada que Cambridge, Oxford fez quase toda a regata entre as 34 e as 36 remadas por minuto, já a tripulação de Cambridge apenas conseguiu andar a estes ritmos logo no inicio, tendo a partir de ai andado sempre uma ou duas remadas por minuto a menos que Oxford. Outro factor que me pareceu importante para este resultado, na passagem da segunda milha, o rio encontrava-se bastante agitado, provocando algumas dificuldades a ambas as embarcações, tendo precisamente sido nesse instante que a equipa de Oxford ganhou uma vantagem bastante rápida e fácil, o que me leva a crer que passou bem melhor esta zona de rio mexido que a equipa de Cambridge. Esta regata é sem lugar a dúvida a prova com maior audiência em todo o mundo, e para isso contribui, além do factor histórico, a espectacular cobertura televisiva, certos pormenores como câmaras de televisão instaladas a bordo das embarcações, que oferecem planos verdadeiramente realistas, ou mesmo em termos de som, com a possibilidade de ouvir na integra todos os barulhos de uma embarcação em plena regata, ou mesmo com a possibilidade de durante todo o percurso sabermos qual a cadência de remada, de uma e outra equipa, ou até o numero de remadas realizadas até então, e que já agora, apenas por curiosidade, a equipa de Oxford realizou um total de 638 remadas para completar a distancia da regata.
Assim terminou mais uma clássica regata entre universitários, a contagem decrescente para a edição do próximo ano já começou, e seguramente as contratações de estudantes para ambas faculdades já deve mexer, porque dos 16 remadores de ambas embarcações, apenas 5 são de nacionalidade Inglesa, pelo que esta regata de duelo entre ingleses já não tem nada, mas sim, luta entre nações, porque o único requisito para remar nesta prova, é simplesmente ser estudante de uma destas duas faculdades.